segunda-feira, 4 de maio de 2009

Universidade deveria produzir a energia que consome

"Uma Universidade de Coimbra ecológica, que produza a energia que consome, e que adopte as boas práticas de sustentabilidade, dando um exemplo ao mundo, é o desafio que o constitucionalista Gomes Canotilho lança à instituição.
«Não é um projecto utópico. Se um dos problemas é esse, penso que hoje uma universidade não é uma verdadeira universidade se não tiver essas preocupações. Afirmar-se como uma universidade moderna mesmo do ponto de vista do funcionamento», declarou à agência Lusa.
Na sua perspectiva, Coimbra tem condições para se lançar num projecto desta natureza, dada a escala dos seus edifícios, as transformações de modernização a que está a ser sujeita, e ao conhecimento e projectos dos seus centros de investigação.
Reportando-se ao Pólo I da Universidade, na zona histórica da Alta, Gomes Canotilho salienta que mesmo que não seja possível instalar painéis solares na cobertura dos edifícios, «o Jardim Botânico poderá ter um quilómetro de baterias fotovoltaicas».
Os novos Pólo II, onde se localizam os edifícios da faculdade de Ciências e Tecnologia, e o Pólo III, da Saúde, com as faculdades de Medicina e Farmácia, e os hospitais da universidade, são grandes consumidores, mas oferecem condições para a produção de energias alternativas.
Se no âmbito das energias alternativas considera haver condições para a sua produção, ao nível da investigação em curso destaca um, de veículos eléctricos sem condutor, que poderiam fazer o transporte das pessoas para a zona universitária e libertar o seu interior dos automóveis.
A intensificação dos meios electrónicos para diminuir o uso de papel, nomeadamente através da realização de provas escritas em computador portátil, é outra das ideias que preconiza.
«Esta era uma boa mensagem para Portugal, para o mundo, do próprio mundo universitário», e uma forma de evidenciar que esta universidade, criada em 1290, «está à frente dos grandes desafios do século XXI, que são a inovação, o conhecimento e a sustentabilidade».
Uma universidade - salienta - «aberta à evolução da economia, das necessidades, e agora à própria ideia de sustentabilidade. Uma universidade de Coimbra que deve ser também uma universidade sustentável».
«O que não podemos deixar é de ser é ambiciosos. Se o que está em causa é o princípio da sustentabilidade, de construção de esquemas organizativos saudáveis do ponto de vista ecológico, então devemos fazer esse esforço. Gasta-se mais um milhão de euros? Então devemos gastá-lo, porque os poupamos imediatamente», considera.
Confessando que gostaria de ver a instituição onde se formou e onde lecciona caminhar no sentido de uma ideia ecológica, Gomes Canotilho salienta que essa ideia «deveria ser levada a sério», porque as pessoas esperam que sejam os académicos, os universitários, os que têm responsabilidades, os primeiros a responder aos desafios.
«Quando a gente vê um grande desprezo dos próprios universitários relativamente ao problema, alguma coisa tem de estar mal. Seria uma grande mensagem da Universidade de Coimbra, agora que se está a renovar», sustenta.
Uma universidade que é amiga do ambiente, acaba por chamar outras invenções, outras inovações, conclui."


in Diário de Coimbra

Podemos inspirar-nos nesta ideia e também ambicionar a Universidade de Lisboa um exemplo de sustentabilidade ecológica!!

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