quarta-feira, 20 de maio de 2009

ETAR decisiva para levantar interdição a banhos nas praias do Barreiro - A poluicão do estuário do Tejo

ETAR decisiva para levantar interdição a banhos nas praias do Barreiro

As praias fluviais do Barreiro estão interditas para banhos devido à má qualidade da água, mas a autarquia tem registado uma melhoria da situação e espera resolver o problema com a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) em construção.

"Acompanhamos todos os anos a qualidade da nossa água, que continua interdita para banhos, pois não tem qualidade para contacto com o homem, mas existem análises em praias onde se começa a sentir alguma melhoria. Penso que depressa vamos recuperar algumas das praias", disse a vereadora Sofia Martins, citada pela Lusa. A vereadora garantiu que as praias fluviais nunca vão ser abertas sem estarem garantidas todas as condições, mas explicou que a evolução tem sido "mais rápida" do que era esperado. Numa altura em que quase não existe tratamento de águas residuais no Barreiro, Sofia Martins defende que a ETAR de Barreiro/Moita, em construção, será essencial para a melhoria da água no rio Tejo.

"Neste momento não temos nenhum tratamento de águas residuais ou praticamente nenhum. Somos servidos por três ETAR, uma delas ainda está em construção - a de Barreiro/Moita -, que vai tratar 90 cento dos resíduos do Barreiro", explicou a autarca, frisando: "Os outros dez por cento vão ser tratados pelas ETAR da Quinta do Conde e da Autoeuropa". A ETAR de Barreiro/Moita deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2010.

O delegado de saúde do Barreiro, Mário Durval, explicou que as praias estão interditas por "motivos sanitários", pois a água apresenta "uma carga de micro-organismos patológicos". O responsável esclareceu que quem utilizar a água corre riscos de sofrer de "cólera ou doenças de pele", apesar de reconhecer algumas melhorias.

In Público, 18.05.2009

Desta forma, os autarcas dos concelhos da Margem Sul da Grande Lisboa esperam que a poluição do estuário do Tejo seja apenas uma memória passada com investimentos massivos no saneamento. Alcochete, Barreiro, Montijo, Almada e Seixal confiam que a situação só pode melhorar com as novas ETAR's do Barreiro e do Seixal. Neste caso, a nova ETAR, com capacidade para tratar os efluentes de 156 mil habitantes, veio permitir ao concelho contribuir com "0% de poluição" para o rio Tejo, disse à Lusa o vereador Joaquim Santos. Com um investimento de 12,5 milhões de euros a ETAR, vai integrar a rede já existentes, permitindo que o índice de tratamento atinja os 100%.

In Diário de Notícias, 11.05.2009

O presidente da SimTejo, empresa multimunicipal responsável pelo tratamento dos efluentes na Grande Lisboa, prometeu ontem o fim das descargas sem tratamento para o rio Tejo até 2011. "Admito que algumas partes do estuário do Tejo, onde a actividade piscatória é menor, possam recuperar as espécies que já lá habitaram", disse o presidente da SimTejo, Carlos Martins, que justifica a degradação ambiental do rio também com a "intensa actividade portuária" da zona. "Há evidências claras de uma melhoria na qualidade da água do estuário do Tejo, nomeadamente nas áreas de intervenção da SimTejo", disse Carlos Martins.

A empresa foi criada em Novembro de 2001 e desde então trata águas residuais dos municípios da Amadora, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira, abrangendo 1,5 milhões de habitantes, dos quais 200 mil continuam sem tratamento e a descarregar os afluentes para o Tejo.
Carlos Martins confia que em 2011 "o problema estará solucionado" após a concretização da ETAR de Alcântara e de Alverca. A primeira representa um investimento de 100 milhões de euros, e é o "investimento mais significativo" da SimTejo, que prevê gastar até 350 milhões de euros para despoluir o estuário do Tejo.

O concelho de Vila Franca de Xira é hoje o que apresenta uma taxa de tratamento menor (cerca de 25%) sendo por isso também o município com maior intervenção por parte da SimTejo, que acredita conseguir atingir os 90% até 2010. "Vila Franca não beneficiou de fundos comunitários, o que não lhe permitiu construir uma estação de tratamento", disse. Através da ETAR de Alverca e dos seus interceptores, e da ETAR de Vila Franca de Xira, Carlos Martins crê que o concelho "vai recuperar do atraso" face a Lisboa e Loures, com taxas de tratamento de águas residuais de 80% e 95%.

In Diário de Notícias, 09.05.2009

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