segunda-feira, 27 de abril de 2009

ETAR «compacta» para acabar com esgotos no Tejo

A instalação de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) «compacta» é a solução proposta pela Câmara Municipal de Abrantes para «resolver, no imediato», o problema de esgotos do concelho que correm sem tratamento para o Tejo.
A informação, confirmada à Agência Lusa pela vereadora Céu Albuquerque, foi já comunicada à Administração da Região Hidrográfica do Tejo (ARHT), estrutura descentralizada do Ministério do Ambiente. Após um alerta da estrutura concelhia do Bloco de Esquerda, a ARHT efectuou em Março uma inspecção ao local, tendo considerado que o facto da ETAR dos Carochos verter directamente e sem tratamento para o Tejo era «insustentável».
Ultimato
A ARHT oficiou a Câmara de Abrantes, dando um prazo de 20 dias para esta apresentar uma proposta de solução, constando no relatório da inspecção, a que a Lusa teve acesso, a «situação de abandono» em que a ETAR dos Carochos se encontra, «denotando um avançado estado de degradação».
A responsável pelo pelouro do Ambiente da Câmara de Abrantes afirmou que a resposta ao ofício «seguiu de forma atempada» e que as soluções apresentadas à ARHT passam pela «instalação imediata de uma ETAR compacta, que dará o devido tratamento ao efluente, enquanto não se constrói uma nova ETAR no local».
«Esta ETAR compacta é um sistema que confere uma resposta imediata ao problema, uma vez que é adquirida já feita, completa e pronta a instalar no local pretendido», afirmou.
«Com a construção da nova ETAR, que estava prevista para 2010, mas cujos prazos vamos tentar antecipar, este sistema será retirado e utilizado para outro aglomerado populacional que necessite de ser servido por um sistema semelhante», acrescentou a autarca.
«Processo judicial» é causa das anomalias
Céu Albuquerque disse, também, que «atendendo a que é uma zona de crescimento e expansão da cidade, a futura ETAR dos Carochos terá uma capacidade de tratamento para um aglomerado populacional de 2.500 a 5.000 pessoas, contra as actuais 600, de forma a poder acolher os efluentes das novas urbanizações que estão a ser construídas no local».
A vereadora explicou que as anomalias verificadas na ETAR dos Carochos, «a menor das três que servem a cidade», devem-se a um «processo judicial que se arrasta há dez anos», entre o município e a empresa construtora.
«Esta acção decorre do facto da Câmara de Abrantes se ter recusado a aceitar a empreitada - instalação de equipamento -, uma vez que não correspondia ao que era exigido em caderno de concurso, tendo encetado um processo litigioso que ainda hoje decorre», afirmou.
Segundo disse, a futura ETAR «será construída ao lado da actual, de modo a aproveitar a conduta de transporte de efluentes e não aumentar mais os custos de instalação

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