segunda-feira, 16 de março de 2009

Post inaugural

A presente secção destina-se à divulgação de notícias relativas ao Direito do Ambiente. Caso pretendam elaborar comentários jurídicos às mesmas deverão fazê-lo na secção BLOG, colocando uma hiperligação para a notícia alojada neste local.

1 comentário:

  1. Aquecimento global "caça" urso polar

    Árctico. As alterações climáticas ultrapassaram o homem como principal inimigo da que é uma espécie emblemática numa região em profunda mutação - por causa dos gases do efeito de estufa

    Os esquimós e afortunados caçadores com mais de 18 mil euros para gastar numa expedição, têm direito a abaterem um determinado número de ursos polares por ano, mas o grande inimigo desta espécie não são as armas de fogo nem as tradições da população inuíte,é a subida da temperatura que está a derreter os gelos no círculo polar árctico.
    Espécie protegida há mais de quatro décadas, a fragmentação das plataformas glaciares está a reduzir o habitat natural dos ursos polares, directamente afectados, por outro lado, pelo fenómeno da subida das temperaturas na origem do degelo no Pólo Norte.
    Projecções recentes apontam para a possibilidade do degelo total no verão árctico a curto prazo-2020-, o que teria consequências tão ou mais graves do que uma época de caça sem restrições ao urso polar.
    Uma estimativa americana ontem citada nas agências indicava que, a persistirem as actuais condições climáticas, apenas um terço dos actuais 25 mil ursos polares estarão vivos.
    Além deste risco- agora identificado como o principal para a subsistência da espécie-, o degelo reduz e fragmenta as plataformas glaciares, instrumento indispensável para o movimento dos ursos polares e para a caça às focas, a sua alimentação base. A subida das temperaturas atrasa a formação das plataformas no Outono e derrete-as prematuramente na Primavera. Consequência imediata: os ursos polares perdem mobilidade, acesso aos espaços de caça, subnutridos perdem defesas e aptidões indispensáveis à sobrevivência. As distâncias entre plataformas tornam-se insuperáveis e têm aumentado, nos últimos anos, registos de ursos polares afogados, por não terem encontrado um ponto de apoio nas suas travessias.
    As agências notavam que, através de imagens obtidas via satélite, foi possível determinar que a superfície daquelas plataformas entre 2005 e 2008 foi a menor das últimas três décadas.
    Devido a este facto,ontem, os cinco Estados cujos territórios abrangem o Árctico (Estados Unidos,Canadá,Rússia,Dinamarca e Noruega), reunidos em Tromsoe, neste último país, estabeleceram como prioridade "a protecção dos ursos polares e, neste sentido, o combate imediato aos efeitos do aquecimento global". Este compromisso foi saudado por ONG ligadas ao ambiente e à vida animal que operam no Árctico.
    "Agora, a questão é a de saber como estas decisões se vão materializar em Copenhaga e como a comunidade internacional vai trabalhar para a redução das emissões de gases de efeito de estufa", explicou à AFP o presidente do Grupo de Estudo do Urso Polar (Polar Bear Specealist Group), Andrew Derocher.
    Em Dezembro, decorre em Copenhaga uma cimeira internacional decisiva para o estabelecimento dum acordo que substitua o Protocolo de Quioto. A dimensão daquilo que for conseguido neste encontro vai determinar a subsistência, ou não, do urso polar, asseguravam ontem especialistas na questão.
    Abel Coelho de Morais, in Diário de Notícias Sábado, 21 de Março de 2009

    Cláudia Nisa, subturma 5, 15175

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