Os recursos hídricos, ordenamento do território e agricultura sustentável são algumas das áreas que a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza quer reforçar, conta Susana Fonseca, a primeira mulher à frente da direcção nacional desta organização não governamental de ambiente (ONGA), em 25 anos.
“A nova equipa de doze pessoas quer manter o perfil da Quercus” mas decidiu apostar mais nas áreas para as quais ainda não há um grupo de trabalho “mais coeso, que permita um acompanhamento mais regular e a melhoria da capacidade de intervenção”, contou hoje Susana Fonseca ao PÚBLICO.
Outro dos desafios é melhorar a relação com os sócios, especialmente as camadas mais jovens, procurando agilizar processos e melhorar a recepção dos voluntários. Tanto mais que, segundo a dirigente ambientalista, “a preocupação das pessoas com o Ambiente aumentou nos últimos tempos”, ainda que “isso não se traduza em acções concretas”, notou.
Para a nova equipa, os dois maiores “erros” do panorama ambiental são o “desrespeito pelo ordenamento do território”, nomeadamente através da criação de excepções a grandes projectos, e a “contradição de políticas”. “Se hoje temos apostas interessantes na área das energias renováveis e queremos combater a poluição do ar nas cidades, continuamos a apostar em mais estradas e vias rápidas e a facilitar o acesso dos automóveis às cidades”, considerou.
Para Susana Fonseca, é necessário mudar “o paradigma do betão, da construção de infra-estruturas”. “Ainda não há abertura para outras perspectivas”.
Quanto à relação com o Governo, a Quercus considera existir “receptividade quando pedimos reuniões para debater alguma questão”. “Mas em termos concretos, muitas vezes não há sintonia”.
Além disso, notou Susana Fonseca, as ajudas do Estado às ONGA “têm vindo, paulatinamente, a desaparecer”.
A nova equipa da Quercus foi eleita no sábado em eleições disputadas por duas listas.
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